Iniciando com Gerenciamento de Custos da Nuvem com FinOps
As organizações estão cada vez mais acelerando a utilização da nuvem como vantagem competitiva em seus produtos. Conforme uma pesquisa realizada pela Rakuten SixthSense CIO Challenges, 77% dos líderes de TI consideram a utilização de novas tecnologias, como a nuvem, uma forma de garantir a continuidade do sucesso de suas organizações. Em 2023, existe a previsão de um aumento considerável na demanda por utilização de serviços em nuvem, principalmente porque todas as organizações estão sofrendo transformações em seus núcleos de negócio com foco no digital.
Os serviços de nuvem possuem um modelo de precificação mais flexíveis e principalmente mais justos em relação ao custo benefício oferecido, entretanto sua granularidade e múltiplos formatos podem comprometer uma operação elevando os custos para níveis muito altos. Em muitos casos, é muito simples exponenciar os custos de R$ 1 para R$ 100 mil em alguns poucos dias, e ainda, podemos incluir nesta complexidade a taxa de crescimento na criação de novos recursos por departamentos, em razão da automatização das entregas.
Com o intuito de habilitar as organizações no controle dos custos em nuvem, foi criado o modelo operacional FinOps, a principal função do modelo é criar entendimento em todos envolvidos com os custos dos recursos em nuvem, combinado as melhores práticas de gerenciamento dos custos, com a cultura da responsabilidade financeira, seja no modelo descritivo, prescritivo ou ainda, preditivo, gerando informações que facilitaram a tomada de decisões, aumentando o valor do negócio para a organização.
Entretanto muitas organizações fracassam durante o processo dessa implementação da cultura FinOps por adotar algumas estratégias simplistas ou minimalista, vejamos algumas dessas:
Focar em Redução de Gastos
FinOps não trata sobre reduzir gastos com a utilização em nuvem, sua principal função é habilitar uma organização na melhor destinação sobre os valores investidos com serviços em nuvem para geração de valor aos seus produtos, popularmente conhecido como ROI (Retorno Sobre Investimentos). Gastar com serviços na nuvem não é sinônimo de gastar demais, somente quando efetuamos gastos desnecessários, como por exemplo, recursos sem utilização, super dimensionamento de recursos, funcionalidades desnecessárias, entre outras tantas razões, é que nossos gastos se tornam um problema. FinOps irá garantir que cada centavo gasto em nuvem estará sendo acompanhado e avaliado se esse valores investidos estão retornando como valor agregado, garantindo assim uma máxima eficiência do ROI.
Um único time
FinOps precisa ter domínio de múltiplos assuntos, começando pelo conceitos financeiros, passando por gerenciamento por demanda, envolvendo operações de TI com DevOps, participação decisória de executivos e diretores de vários níveis. Por isso é importante que o time de FinOps tenha interseção com vários times dentro da organização, para garantir que o conjunto desses times seja multifuncional e consiga oferecer todas as perspectivas possíveis para garantir a entrega de valor agregado alinhado com os objetivos de negócio da organização.
Falta de Transparência
Um dos maiores entregáveis de FinOps são seus relatórios que através de números conseguem oferecer muitas informações e ideias dos caminhos que estão sendo traçados e possibilidade de predição de caminhos futuros, assim como identificação de possíveis desvios e falhas. A maioria das organizações acaba criando mecanismos para evitar a disseminação de números, que consideram sigiloso e que possam oferecer uma visão geral e panorâmica de seus negócios, entretanto os números dos gastos com nuvem devem ser tratados como públicos dentro da organização, principalmente com o propósito de criar uma responsabilidade coletiva dos gastos, sendo assim, será impossível essa habilitação de transparência sem que os relatórios sejam transparentes e acessíveis facilmente por todos envolvidos na cadeia dos produtos da organização.
FinOps é um Processo Simples
Muitas vezes a implementação da cultura FinOps surge da necessidade urgente de redução de custos em curto prazo, normalmente é criada uma força tarefa que irá executar ações para avaliar e identificar os recursos que podem ser reduzidos ou descontinuados gerando resultados rápidos. Entretanto, essa é somente uma ação que FinOps permeia, existem muitas tarefas e ações que devem ser realizadas dentro de um ciclo que irá garantir que a adoção da cultura FinOps seja um processo contínuo e altamente eficiente na questão de gerenciamento de custos.
O FinOps é uma jornada que necessita ser trilhada com uma boa estratégia, para garantir que os passos sejam firmes, consistentes e principalmente constantes. Por se tratar de uma cultura, é necessário que todos estejam cientes e comprometidos com o plano para geração de resultados para organização.
No livro “O Caminho das Pedras da Cultura FinOps” procuro oferecer um caminho com ideias de tarefas e ações que poderão compor um plano personalizado para as organizações na adoção da cultura FinOps, garantindo um processo aderente e condizente com a maturidade da organização e com foco no tamanho dos times que podem ser disponibilizados para iniciar o desenho do plano na implementação da cultura FinOps que resultará na habilitação da inovação através da nuvem com eficiência de gastos, que vão além da lucratividade.
Marcelo Goberto de Azevedo
Cloud Leader na GFT Brasil